Irrigação intracanal: entenda sua importância para limpeza de canal

“É de suma importância que o profissional que vá realizar um tratamento endodôntico tenha consciência das complexidades dos canais radiculares”. A frase é do professor doutor Fernando dos Reis (CRO: SP 98490), que nos explica por que a irrigação intracanal desempenha um papel fundamental durante o processo. Doutorando, mestre e especialista em Endodontia, ele compartilha […]

Angelus

6 min. de leitura

-

13 de novembro de 2021

Compartilhe:

“É de suma importância que o profissional que vá realizar um tratamento endodôntico tenha consciência das complexidades dos canais radiculares”. A frase é do professor doutor Fernando dos Reis (CRO: SP 98490), que nos explica por que a irrigação intracanal desempenha um papel fundamental durante o processo.

Doutorando, mestre e especialista em Endodontia, ele compartilha conosco um pouco do seu conhecimento sobre o tema. Se quer entender melhor o que é esse procedimento, qual seu papel no tratamento, por que ele é tão importante e como realizá-lo corretamente, este conteúdo é para você. Então, aproveite a leitura!

O que é a irrigação intracanal?

A irrigação intracanal é um procedimento no qual uma substância específica é inserida na parte interna dos canais para limpeza daquela região. Segundo Fernando dos Reis, ela é tão importante quanto a fase de instrumentação.

Nas palavras do especialista, a irrigação intracanal “auxilia como coadjuvante na remoção de debris pós-instrumentação”. Além disso, “ela proporciona a limpeza em áreas de difícil acesso, que os instrumentos endodônticos não são capazes de tocar”.

O ponto é, justamente, a complexidade da anatomia dessa região, algo que merece a devida atenção. Fernando aponta que, além do próprio canal principal, é preciso lidar com ramificações complexas, como os delta apicais, os canais acessórios, os canais colaterais, por exemplo.

Essa microanatomia dos canais exige um trabalho cuidadoso para que o tratamento endodôntico, como um todo, seja eficiente. Nesse sentido, o especialista destaca a importância de conhecer as diferentes formas de executar o procedimento.

Quais são as técnicas de irrigação intracanal?

A primeira opção que o especialista descreve é a chamada técnica irrigadora tradicional. Grosso modo, isso é feito com “uma seringa acoplada em uma cânula de irrigação”, que pode ter diversas saídas em sua ponta, além de um bisel lateral — ou mesmo uma ponta cega com a saída lateral, tornando-a mais segura contra extravazamentos de hipoclorito.

A segunda técnica seria a de agitação sônica. “Você pode lançar mão de algumas ponteiras, que podem ser aplicadas em motor elétrico, e também em contra ângulo de baixa rotação”. Segundo Fernando, o material varia, podendo ser mais plástico ou de silicone.

As duas técnicas restantes se relacionam com os chamados métodos ultrassônicos. A primeira envolve a agitação da substância para criar uma pressão negativa em direção ao dente, oferecendo eficiência e segurança para o paciente e o endodontista. A outra é a chamada Continuous Ultrasonic Irrigation (CUI).

Conforme o próprio nome sugere, trata-se de um método de irrigação ultrassônica contínua. O especialista aponta que essa é “uma irrigação mais efetiva do que a passiva”, pois não há substância parada nos canais. Em vez disso, o trabalho é feito “a quatro mãos”, para que seja mantida a irrigação e a aspiração durante todo o processo.

A contrapartida é, justamente, a necessidade da presença de um assistente para dar o apoio necessário durante essa etapa.

Quais as soluções necessárias para executar a irrigação?

O especialista em Endodontia explica que existem duas soluções principais que podem ser usadas. Entenda como atua cada uma delas.

Hipoclorito de sódio

Essa “é a solução mais utilizada no mundo pelos endodontistas no tratamento de canal”, explica Fernando. Segundo ele, entre as principais vantagens são:

  • Ação bactericida da solução;
  • Poder de dissolução sobre os tecidos vitais e necrótipos;
  • Eficiência no desbridamento;
  • Atuação como coadjuvante na instrumentação, aumentando a eficácia do tratamento.

Ele explica que o tempo de ação também é rápido — dependendo, é claro, da concentração da solução. Contudo, é uma substância que pode ser “mais irritante aos tecidos”. Afinal, uma concentração maior também aumenta a toxicidade do hipoclorito de sódio.

Clorexidina

“Ela tem como vantagem a substantividade, ou seja, tem maior tempo de ação intracanal.” Além disso, o especialista explica que ela tem menor toxicidade, se comparada ao hipoclorito de sódio. Entretanto, ela não dissolve tecido pulpar e não apresenta uma ação clareadora.

Outro ponto importante é que a clorexidina é um endogel, o que significa que depende do uso de uma segunda solução. Geralmente, é usada água destilada ou soro fisiológico. O objetivo é, justamente, remover o endogel depois da irrigação.

Como ser mais eficiente na irrigação intracanal?

Fernando é bem objetivo ao apontar que “não é a técnica que definirá se o procedimento está melhor ou pior, ou se o canal será melhor tratado ou pior tratado”. Segundo ele, é importante “que eu agregue o meu conhecimento com a ciência e com a tecnologia — que tornará a nossa prática muito mais viável, muito mais saudável e muito mais segura”.

Quanto a isso, ele destaca o papel de protagonismo que a Angelus desempenha no oferecimento de soluções inovadoras para o setor. O professor explica que tem muito orgulho de dizer que usa os produtos da Angelus, “pois é uma empresa nacional, que vem inovando e oferecendo produtos de alta qualidade, e não só na Endodontia, como em toda a Odontologia”.

No caso específico da irrigação intracanal, ele conta uma experiência recente. “Em meu consultório, tive o prazer de utilizar as novas cânulas intracanais de irrigação da Angelus, as Safetips. Pude notar que elas têm pontas cegas e saídas laterais, não apenas um bisel, mas várias saídas.”

Segundo ele, “essas cânulas oferecem mais segurança contra acidentes de hipoclorito de sódio durante a irrigação intracanal — principalmente, próximo da região apical”. Ele conclui, afirmando que, na sua opinião, “essas são as cânulas de mais alto padrão que nós temos para a irrigação tradicional”.

Os diferenciais apontados pelo especialista tornam a Angelus uma parceira estratégica de quem atua na área de Endodontia. Suas soluções têm como foco a base científica e tecnológica, com a inovação como meta de seus investimentos em pesquisa e desenvolvimento.

Agora que você já sabe como funciona a irrigação intracanal, lembre-se dos conselhos de quem mais entende do assunto: é importante combinar conhecimento científico, métodos eficazes e tecnologias confiáveis. Fazendo isso, você conquistará resultados cada vez melhores!

Se gostou do artigo e quer conhecer mais detalhes sobre as Safetips, entre em contato com a Angelus agora mesmo e tire suas dúvidas!

2 comentários

  • Jane

    22/08/2024

    O que pode acontecer quando o profissional deixa escapar o hipoclorito de sódio na hora do procedimento e vai para o tupbo digestório?

    • Angelus

      23/08/2024

      Olá Jane, o hipoclorito de sódio é uma excelente escolha de solução irrigadora, apresenta várias propriedades das quais são necessárias para que o tratamento endodôntico atinja o sucesso, no entanto, por ser uma substância bastante tóxica, é capaz de agredir permanentemente tecidos vivos, diante disso o cirurgião dentista deve ter muito cuidado para saber como manejar essa substância durante seus atendimentos.
      Primeiro, sempre trabalhar com isolamento absoluto, dessa forma prevenimos a deglutição de solução irrigadora ou de instrumentais pelo paciente. Segundo, sempre que for utilizar hipoclorito de sódio ou qualquer outra substância irrigadora, lembre-se de utilizar seringas e pontas novas, o reprocessamento desses materiais pode levar ao entupimento e aplicação de pressão excessiva que resulta em extravasamento da substância pelo forame apical. E, por fim, caso não tenha muita prática, opte por usar soluções irrigadoras com o teor de cloro menor, como por exemplo, Líquido de Dakin (0,5% – NaOCL) ou Solução de Milton (1% – NaOCL), pois dessa forma caso ocorra algum acidente, os danos serão de menor intensidade.
      Portanto, voltando à sua pergunta, caso ocorra a ingestão de hipoclorito de sódio pelo paciente, isso pode provocar sérias queimaduras, irritação tecidual e reações alérgicas, nesses casos você deve encaminhar esse paciente ao médico ou pronto-socorro e lembrar de manter contato constante para saber como esse ele se encontra. Esperamos ter te ajudado, Jane.

Deixe um comentário