Dor odontogênica ou sinusite, como diferenciar?

Entenda como diferenciar uma dor odontogênica ou sinusite nesta entrevista com o Dr. Douglas Giordani N. Cortez, Especialista em Endodontia e Implantodontia.

Angelus

7 min. de leitura

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4 de fevereiro de 2022

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As síndromes algicas na região da face são um desafio de diagnóstico para os dentistas. Isso ocorre porque existem diversas estruturas presentes, muito próximas, e o sintoma pode ser desencadeado por cada uma delas. Um dos principais exemplos de dúvida diagnóstica está em diferenciar a dor odontogênica ou sinusite.

Para nos auxiliar nesse diagnóstico diferencial, convidamos o Dr. Douglas Giordani N. Cortez (CRO: PR 10285), Especialista em Endodontia e Implantodontia. Ele também é Mestre e Doutor em Clínica Odontológica/Endodontia e professor de Endodontia da Universidade Estadual de Londrina. Professor dos Cursos Pós-Graduação em Endodontia da Ei − Educação Inteligente/Uningá, no Polo Londrina.


Confira a seguir a entrevista exclusiva com o Dr. Cortez e aprenda a diferenciar, de uma vez por todas, a dor odontogênica da sinusite!

O que é considerado dor odontogênica?

A dor odontogênica, como o próprio nome sugere, consiste em uma dor que tem sua origem em algum dente. Essa dor, na maioria das vezes, advém de inflamação pulpar ou está relacionada com alguma patologia decorrente de necrose da polpa, infecção do sistema de canais radiculares e inflamação dos tecidos periapicais. Em situações menos frequentes, a dor odontogênica também pode ter sua origem periodontal.

Por que os profissionais podem confundir dor odontogênica com sinusite?

Em algumas situações, a dor gerada pela sinusite pode repercutir em uma dor muito parecida com a pulpite. Os pacientes procuram o dentista queixando-se de dor espontânea e pulsátil nos dentes. Isso acontece porque os dentes superiores posteriores (pré-molares e molares) podem se interrelacionar de alguma forma com o seio maxilar devido à sua proximidade anatômica.

Nesse sentido, podemos ter duas situações distintas:

1

sinusite refletindo dor nos dentes posteriores clinicamente saudáveis;

2

sinusite infecciosa com origem em dentes posteriores com necrose pulpar e lesão periapical comunicante com o seio maxilar.

O correto diagnóstico dessas patologias é fundamental para que dentes com a polpa normal não recebam tratamento de canal desnecessariamente, e para que a sinusite seja tratada de maneira eficiente.

Quais são as características que diferenciam a sinusite da dor odontogênica?

No caso da sinusite refletindo em dor nos pré-molares e molares superiores, a queixa dolorosa relatada pelo paciente leva o profissional a cogitar uma pulpite em algum dos dentes na região afetada.

Nessa situação, radiografias periapicais de boa qualidade e a correta execução e interpretação dos testes de vitalidade pulpar são fundamentais para o diagnóstico. Dentes saudáveis com dor reflexa devido à sinusite responderão normalmente aos testes de vitalidade pulpar (frio ou calor), respondendo aos estímulos com a sensibilidade dolorosa normal comparada aos outros dentes e com a dor desaparecendo assim que removido o estímulo.

A ausência de informações radiográficas que sugiram alguma relação de causa e efeito para problemas pulpares, aliada à resposta normal dos testes de vitalidade, levarão o profissional a descartar a dor como odontogênica.

Quais os casos mais comuns de dor odontogênica ser confundida com sinusite?

Na realidade, o mais comum é a dor causada pela sinusite ser confundida com dor odontogência (no caso pulpites) em pré-molares e molares superiores. O paciente apresenta uma sinusite, gripe ou resfriado com sintomas brandos (congestão nasal, coriza, dor de cabeça) ou está se recuperando de alguma dessas patologias cujos sintomas não são mais tão evidentes, e algum dente passa a refletir dor.

A outra situação seria a sinusite infecciosa ter origem odontológica, quando um canal com polpa necrosada e lesão periapical comunicante com o seio maxilar estaria atuando como a fonte de infeção. Nesse caso, é imperativo a eliminação dessa fonte de infecção por meio do tratamento endodôntico ou da exodontia para que a sinusite possa ser solucionada. Nessas situações, a dor não é a queixa principal do paciente. A queixa principal é uma sinusite crônica que não responde aos tratamentos convencionais com antibióticos e corticoides.

Qual o protocolo de atendimento que o dentista deve realizar?

O protocolo de atendimento deve ser a condução de um exame minucioso com vistas ao diagnóstico. Na possibilidade de uma inter-relação entre dentes e seio maxilar, conduzir a anamnese para dados sobre gripes, resfriados, sinusite ou outras situações que possam desencadear sinusite e refletir em dor de dente.

Além disso, radiografias periapicais, radiografia panorâmica e testes de vitalidade pulpar ajudam a fechar o diagnóstico. Atualmente, uma tomografia computadorizada de feixe cônico também pode ser muito útil para o diagnóstico e planejamento do tratamento.

É possível identificar a origem da dor e diferenciá-la? Se sim, quais exames são indicados?

Sim, é possível diferenciá-las. Para este diagnóstico diferencial, uma vez levantada a hipótese de dor nos dentes advinda de uma sinusite, o profissional deverá conduzir a anamnese no sentido de investigar patologias que possam repercutir em sinusite, como gripes e resfriados.

Uma vez detectada essa possibilidade, exame clínico criterioso e testes de vitalidade pulpar são fundamentais. O fechamento do diagnóstico é realizado com auxílio de radiografias periapicais, panorâmica e em alguns casos tomografia computadorizada de feixe cônico.

O que se deve fazer em cada uma destas situações?

Situação 1: paciente com sinusite e dor reflexa nos dentes superiores posteriores diagnosticados como normais

Nesses casos, nenhuma intervenção endodôntica deve ser realizada, uma vez que os dentes se encontram com as polpas normais, e a dor referida não tem origem pulpar, mas sim do seio maxilar. O tratamento deve ser para a resolução da sinusite e conduzido pelo médico competente.

Situação 2: sinusite infecciosa causada por dente com a polpa necrosada e lesão periapical comunicante com o seio maxilar

Nesses casos o tratamento endodôntico deve ser realizado (necropulpectomia) e na sequência, caso seja necessário, a sinusite tratada pelo médico competente.

Poderia nos dar um depoimento sobre sua experiência com a Angelus?

A nossa experiência com a Angelus já é de longa data, e muitas soluções para problemas clínicos vieram das inovações desenvolvidas pela empresa. Somos parceiros educacionais e na utilização dos produtos endodônticos de qualidade ímpar.

Uma empresa brasileira, aqui de Londrina no Paraná e que ganhou o mundo graças a inovações, pesquisas, qualidade e trabalho sério. Nós nos orgulhamos muito em dizer que a Angelus é da nossa cidade! Atualmente, empregamos diversos produtos Angelus em nossa rotina clínica, como consumíveis descartáveis, pinos de fibra de vidro e cimentos biocerâmicos.


Possui algum relato clínico sobre este tema? Se sim, poderia detalhar?

Sim. Esta condição, sinusite x dor de dente, aparece com certa frequência para o endodontista. Já atendi casos de dor em pré-molares e em molares em que o paciente tinha “certeza” de que o dente tinha algum problema pois apresentava dor, inclusive estava mais sensível à percussão no sentido vertical.

Como clínica e radiograficamente não havia alterações e as respostas aos testes de vitalidade eram normais, surgiu a hipótese da sinusite, que foi prontamente confirmada com a radiografia panorâmica evidenciando o velamento do seio maxilar do lado em questão. Estes pacientes foram encaminhados ao médico para o tratamento da sinusite, sem nenhuma intervenção odontológica.

A diferenciação entre dor odontológica ou sinusite pode ser um desafio até para os dentistas mais experientes. Esperamos que você tenha gostado da entrevista com o Dr. Cortez tanto quanto nós, e que esteja mais apto a reconhecer essas diferentes patologias!

Se você quer levar seu tratamento a um novo patamar e fazer como o Dr. Cortez, por que não entra em contato com a Angelus e conhece nossos produtos? Estamos prontos a te atender e oferecer o melhor na área de materiais odontológicos!

3 comentários

  • Boa tarde! tive uma quadro de sinusite após enxerto dentario o parafuso para imolante fz perfuração e enxerto passou para os seios da face onde esta me causando pressão nasal e edema facial na imagem da TC esta bem nitido o enxerto, conseguir remover com outro profissional os pinos , mesmo assim os sintomas continuam.

    • Angelus

      09/01/2023

      Olá, Adriana, tudo bem? Lamentamos o ocorrido, infelizmente não conseguimos te ajudar, pois somos uma indústria de produtos odontológicos. Indicamos que procure um profissional e estimamos melhoras!

  • Tânia Rebouças

    12/04/2022

    Boa noite
    Estou investigando uma sinusite a cerca de um ano.
    Os exames de imagem não confirmaram a sinusite.
    Esse fato ocorreu meses após um implante dentário, inclusive um dos parafusos de titânio ultrapassou o seio facial. Porém um médico homeopata diagnosticou como sinusite, o meu caso.
    Mudei de dentista que está investigando novamente.

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