Como fazer clareamento pós-tratamento endodôntico

Em geral, o tratamento de canal não provoca alterações cromáticas nos dentes. Contudo, em alguns casos, e por diferentes motivos, podem ocorrer escurecimentos. Quando isso acontece, é possível fazer um clareamento pós-tratamento endodôntico, de maneira interna ou externa.

Para um melhor entendimento sobre essa questão, entrevistamos Renata Dália Torres (CRO-PE: 8.916), especialista e mestre em endodontia e coordenadora de cursos de Pós-Graduação, com vasta experiência em Endodontia Microscópica e Cirúrgica.

Neste artigo, a professora Renata explica sobre as principais causas do escurecimento de um dente tratado endodonticamente, opções de tratamento, como o clareamento interno, entre outras questões relacionadas. Boa leitura!

O que pode provocar o escurecimento de um dente tratado endodonticamente?

A literatura nos mostra que o tratamento de canal, quando bem realizado, respeitando fielmente a técnica embasada cientificamente, não acarretará alterações cromáticas nos dentes tratados endodonticamente.

Entre as causas mais frequentes de escurecimento dental, temos o trauma, que provoca a hemorragia (extravasamento sanguíneo),a calcificação, a necrose pulpar, as restaurações inadequadas e as falhas técnicas durante o tratamento endodôntico.

Em relação a falhas técnicas, podemos destacar:

• Acesso endodôntico inadequado;
• Limpeza ineficiente do sistema de canais e da câmara pulpar;
• Desgaste excessivo da dentina vestibular da câmara pulpar;
• Permanência de cimentos endodônticos na câmara pulpar, especialmente os cimentos à base de óxido de zinco e eugenol e MTA que contenha óxido de bismuto na fórmula. Os MTAs e bicoerâmicos da Angelus são livres deste tipo de radiopacificador.

Quais seriam as opções de tratamento?

A melhor opção é evitar o escurecimento. Durante o tratamento endodôntico, é importante garantir um acesso cirúrgico que permita uma adequada instrumentação do canal radicular e que favoreça a limpeza do sistema e da câmara pulpar após a finalização do trabalho. Um acesso que facilite a remoção de possíveis restos necróticos e material obturador.

É essencial também que a abertura seja o mais conservadora possível, a fim de não fragilizar os dentes e evitar um escurecimento dental devido à remoção excessiva de dentina.

Segundo a professora Renata, o acesso deve ser CONSERVADOR e CONSCIENTE. Considerando o risco de escurecimento, os materiais endodônticos preenchedores devem ser removidos pelo menos 3 mm aquém do limite da margem gengival, ou ao nível da tábua óssea.

Esse corte pode ser feito com instrumentos aquecidos ou mesmo brocas. Em seguida, a câmara pulpar deve ser higienizada com álcool. Mas cuidado, pois o álcool só deve ser aplicado após a remoção inicial de excessos de cimento, para que ele não seja solubilizado e não exista o risco de penetração intratubular.

Clareamento interno e externo

Como tratamento em casos de dentes escurecidos pós tratamento endodôntico, é possível indicar o clareamento dental, as lentes de contato, as facetas diretas ou indiretas e as coroas totais.

A decisão depende da experiência clínica do profissional que realizará o procedimento, do remanescente coronário, da idade do paciente e do comprometimento estético.

Renata não recomenda o clareamento interno como a primeira escolha.

O que devemos avaliar para saber se o dente pode ser clareado após o tratamento endodôntico?

É preciso avaliar o remanescente dentário. Quando ele for muito bom, sem desgaste e escuro, há indicação para o clareamento.

Se existir uma destruição coronária, a reabilitação com faceta ou coroa vai permitir menores chances de recidiva e menos riscos em relação à reabsorção radicular (no caso de optar-se pelo clareamento interno)

O clareamento externo é também uma opção segura e sem maiores restrições.

Por que os biocerâmicos reparadores, como BIO-C REPAIR e MTA REPAIR HP, são uma ótima escolha para o vedamento da embocadura do canal?

O vedamento da embocadura do canal é uma etapa imprescindível para os profissionais que escolhem a técnica de clareamento interno. Ela deve ser realizada com cuidado, esmero e atenção, fazendo uso de magnificação para a correta adaptação do tampão. Ah, o isolamento absoluto é essencial!

Além disso, esses produtos não oferecem risco de manchamento, pois são totalmente livres de óxido de bismuto, um componente existente em outros produtos de mesma categoria.

Como vimos, é possível fazer o clareamento após um tratamento endodôntico, mas é importante avaliar o remanescente dentário. Além disso, ao optar pelo clareamento interno, é fundamental uma execução minuciosa do tampão cervical, usando materiais padrão ouro na literatura, a exemplo dos biocerâmicos reparadores, como o BIO-C® Repair e o MTA Repair HP, produtos que a Angelus oferece e que são referência em Endodontia.

Essas informações foram úteis? Para conhecer mais sobre materiais endodônticos, acesse: