Mitos e verdades sobre o clareamento dental
Neste artigo, entenda melhor sobre os mitos e verdades do clareamento dental que dentistas se deparam em seu dia a dia.
7 min. de leitura
-21 de setembro de 2023
Atualmente, com a popularização da odontologia estética, por mais que o clareamento dental seja um procedimento já bastante conhecido pelos dentistas, é também um procedimento muito comum no consultório, podendo ser a base para outros procedimentos estéticos subsequentes.
Nesse contexto, é comum o profissional da odontologia se deparar com alguns mitos e verdades sobre este assunto em seu dia a dia, enfatizando a necessidade essencial de esclarecimento para se destacar no mercado como um especialista confiável e capaz de oferecer resultados eficazes e seguros.
Por isso, convidamos o Prof. Rodrigo Guimarães (CRO-RJ 20820) para nos esclarecer as principais dúvidas sobre clareamento dental. Boa leitura!
O Prof. Rodrigo inicia enfatizando que antes de todo e qualquer tratamento, é muito importante que o dentista realize uma avaliação prévia completa do histórico do paciente, para determinar se aquele paciente é realmente elegível ao tratamento. Deve-se avaliar, então:
- Histórico de doenças prévias do paciente;
- Condição de saúde oral: problemas dentários, condição das restaurações, retrações gengivais, problemas endodônticos e periodontais;
- Hábitos alimentares;
- Alergia aos constituintes dos agentes clareadores;
- Presença de hipersensibilidade dentária;
- Disciplina com o tratamento.
E após dar início ao tratamento clareador, muitos pacientes questionam: Quanto tempo dura o clareamento?
“O tratamento dura, em média, dois anos, porém irá depender muito da dieta, do grau de higiene e dos hábitos gerais do paciente (como por exemplo o tabagismo).”
O professor explica, ainda, que não existe um intervalo mínimo preconizado para o clareamento dental, porém, recomenda que seja feito, no máximo, uma vez por ano.
Há um mito que gira em torno da durabilidade do clareamento que é sobre a utilização do flúor no final do tratamento. Rodrigo esclarece que o flúor funciona apenas como dessensibilizante durante a técnica, caso seja necessário.
Mas, se o paciente sentir muita sensibilidade, eu posso oferecer no kit, além do flúor, um dentifrício dessensibilizante para ajudá-lo durante o tratamento?
Infelizmente a resposta é não. O que auxilia na sensibilidade causada pelo clareamento é realmente a utilização do flúor ou mudança na posologia/concentração do agente clareador. A sensibilidade causada pelo tratamento clareador é pertinente a técnica e é transitória, se deve à presença do oxigênio dentro dos túbulos dentinários. Os dentrifícios dessensibilizantes apresentam substâncias específicas que auxiliam na hipersensibilidade dentinária, estas irão bloquear a passagem do estímulo que causa a sensibilidade, são coisas diferentes” – Prof. Rodrigo respondeu.
E ainda hoje, mesmo com muita informação científica disseminada sobre o assunto, alguns pacientes chegam ao consultório procurando pelo tal “clareamento a laser”.
Mas, será que o laser realmente faz diferença no clareamento? Pode haver malefício para o dente?
O professor Rodrigo explica que os responsáveis por clarear os dentes são os agentes clareadores (peróxido de carbamida/peróxido de hidrogênio). No passado, acreditava-se que os lasers poderiam clarear, porém, os lasers utilizados pelos profissionais se constituem de fontes híbridas de laser/leds. Isso significa que são lasers de baixa potência e, a depender da fonte de luz e do tempo de exposição, pode haver aumento da temperatura pulpar, acarretando justamente no contrário: irritação e hipersensibilidade dental.
Rodrigo destaca que a laserterapia e o uso de laser no clareamento são procedimentos completamente diferentes. O primeiro pode auxiliar nos tratamentos para hipersensibilidade dentinária, mas, em conjunto com os géis de clareamento, o laser pode ser o causador da sensibilidade e muitas vezes causar sérios danos à polpa dental.
Como o professor Rodrigo mencionou, o que clareia os dentes são os agentes clareadores. As manchas dos dentes (que podem ser de origem intrínseca ou extrínseca) são ocasionadas por compostos pigmentados, e a oxirredução desses compostos faz com que as cadeias carbônicas vão se fracionando até serem totalmente eliminados da estrutura dental, originando tonalidades mais claras. E no decorrer do processo de clareamento, o peróxido de carbamida e o peróxido de hidrogênio vão se quebrando até chegarem em água e oxigênio. Esses radicais livres de oxigênio que penetram na estrutura dentária (dentina) são capazes de oxirreduzir esses compostos pigmentados.
Mas será que existem dentes que não clareiam?
O professor explica que sim, existem dentes que apresentam maior dificuldade em clarear e dentes que, muitas vezes, podem não responder as técnicas clareadoras.
Por exemplo:
– Caninos e molares são dentes que apresentam maior volume dentinário, podem não chegar no mesmo tom de clareamento dos demais. “Nestes casos onde não se alcança uma harmonia entre os dentes clareados, o profissional deverá insistir mais na técnica de maneira individualizada nestes dentes.” – diz Rodrigo.
– Dentes artificiais em próteses, restaurações em resina e porcelana também não clareiam;
– Manchamentos de origem intrínseca, como por exemplo a tetraciclina, dependendo do grau de severidade, não respondem às técnicas clareadoras;
– Dentes mais acinzentados, como por exemplo da raça oriental, apresentam maior dificuldade de responder a técnica clareadora também, principalmente se o acinzentamento estiver mais presente na região cervical dos dentes.
Outra preocupação frequente dos pacientes é se eles terão de renunciar ao consumo de certos alimentos de colorações mais intensas (como café, vinho, molho de tomate) durante o tratamento. Isso é um mito ou uma verdade?
O professor Rodrigo Guimarães esclarece que não há problema em consumir esses alimentos durante o tratamento, pois hoje já é sabido que não há interferência de corantes no resultado do clareamento.
É verdade que o vinho e o café são vilões do dente clareado?
Vinho tinto e café tendem a ser chamados de vilões porque apresentam grande quantidade de substâncias cromógenas. No dia a dia, é preciso ficar atento pois a alta ingestão destas substâncias que são produtoras de pigmentos pode diminuir a longevidade do tratamento, especialmente se a higiene bucal não for muito cuidadosa. Os taninos, outro componente importante do vinho tinto, ajudam na produção desse efeito. Importante: não são apenas cromógenos e taninos que podem causar um sorriso amarelado em seu paciente. O vinho branco também compartilha uma quantidade igual (se não maior) da culpa – Rodrigo explica.
Se o paciente optar por não realizar o tratamento em consultório odontológico para fazer em casa com dentifrícios clareadores, é verdade que eles realmente cumprem essa função?
A resposta do professor é não. A quantidade de peróxidos que estes produtos apresentam é muito pequena e o tempo de enxague é muito rápido. “Agente clareador para fazer o devido efeito precisa de tempo de contato com o dente.”
Conforme vimos, é muito importante estar bem-informado sobre o que é mito e o que é verdade sobre clareamento dental para se destacar no mercado. Ao oferecer procedimentos de clareamento baseados em evidências e práticas atualizadas, você promove a saúde oral e a satisfação dos pacientes, construindo assim uma base sólida para o sucesso a longo prazo.
Aproveite para conhecer o último lançamento da linha de clareadores da Angelus, o Angelus Home – clareador caseiro à base de peróxido de carbamida:
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