O uso de fibras de vidro trançadas como alternativa de reabilitação oral estética provisória
Interlig | Angelus
Lucas do Nascimento Tavares, Nayara Rodrigues Nascimento Oliveira Tavares, Gisele Rodrigues da Silva, Maria Antonieta Veloso Carvalho de Oliveira.
Introdução
A perda de elementos dentais anteriores tem grande influência na estética e na harmonia do sorriso, que são aspectos fundamentais para o bem-estar psíquico-social do indivíduo. Para realizar este tipo de procedimento existem várias possibilidades de reabilitações, com um caráter definitivo ou provisório, dependendo do planejamento reabilitador de cada paciente. Dentre as várias opções estão disponíveis para reabilitar a ausência de um elemento dental anterior, o uso de prótese implanto-suportada, prótese adesiva indireta em cerâmica pura, prótese adesiva metalo-cerâmica, prótese adesiva associada à fibra de vidro, prótese fixa convencional, todas de caráter definitivo com prognóstico satisfatório (Soares et al 2003).
Por outro lado, existe a possibilidade de realizar este tipo de substituição dentaria unitária anterior de forma provisória, o uso de prótese adesiva direta confeccionada com resina composta reforçada por fibras de vidro está sendo bastante utilizada. Para realizar esta restauração provisória podemos utilizar dente natural, dente de resina acrílica e resina composta (Soares et al, 2003; Stumpel 2004; Zavanelli et al, 2003).
Desde 1960, a utilização do reforço com fibras é discutida na literatura, mas o interesse dos cirurgiões dentistas pelo uso desse material é recente. As fibras de reforço podem ser de vidro, polietileno, kevlar, carbono, cerâmica e associações de fibras. Quanto ao arranjo, são unidirecionais, apresentando fibras paralelas; trançadas e entrelaçados, que incluem fibras multidirecionais. As fibras também podem ser classificadas em sistemas pré-impregnados com resina e sistemas que necessitam de impregnação feita pelo dentista ou técnico na hora do uso (Felippe et al, 2001; Melo Jr et al 1999).
Este trabalho relata um caso clínico de reabilitação protética utilizando uma prótese parcial fixa adesiva em resina composta reforçada por meio de fibra de vidro trançada como tratamento provisório, durante o período de espera da ósseo integração de implante dentário, com objetivo de restabelecer a função mastigatória e a estética ao paciente.
Relato de caso
Paciente do sexo masculino com 50 anos, compareceu ao consultório odontológico, com ausência do dente 12, e necessidade de reabilitação do mesmo. Foi realizada a instalação do implante, e planejamento de prótese adesiva de caráter provisório (Figura 1).
Primeiramente foi realizado um preparo palatino em esmalte (Figura 2), para adaptar a Fibra de vidro trançada (Interlig, Angelus Industria de Produtos Odontológicos S/A, Paraná, Brasil) interferir na oclusão, pois a fibras de vidros devem ficar recobertas com resina composta e nunca devem ficar expostas ao meio bucal.
Após realizar o preparo, realizar ataque com ácido fosfórico 37% (Angelus Industria de Produtos Odontológicos S/A, Paraná, Brasil) por 30 segundos (Figura 3A), lavar durante o mesmo tempo e depois secar com jato de ar. Depois passar duas camadas de adesivo (Figura 3B) e fotopolimerizar por 30 segundos (Figura 4). Após hibridizar os dentes pilares, realizar o preparo do dente de estoque, realizando um desgaste na região palatina (Figura 5) para que o Interlig tenha espaço suficiente para assentar neste dente, e ser recobrindo completamente pela resina composta. Não é necessário nenhum tipo de tratamento prévio à utilização do Interlig, já que é uma fibra silanizada e impregnada, por isso, após realizar o desgaste, utilizar ácido fosfórico a 37% (Figura 5A) e adesivo (Figura 5B) no dente de estoque, preparando-o para realizar a adesiva direta.
Foi realizado o posicionamento do dente de estoque com a fibra de vidro recoberta com resina na área edêntula (Figura 6), recobrir as áreas onde foram realizas os preparos em esmalte com resina e fotopolimerizar por 20 segundos. Após posicionar a sua prótese adesiva direta, realizar polimento e o ajuste oclusal necessário respeitando os fundamentos de uma oclusal estável bilateral (Figura 7).
Conclusão
A prótese adesiva de caráter provisório utilizando fibra de vidro permite reabilitação estética e funcional, de forma segura e satisfatória, com menor tempo clínico e ausência de tempo laboratorial, conforme realizado no caso clínico.
Referências bibliográficas
1. Soares CJ, Pfeifer JMGA, Marra CC, Cavalcanti KM. Prótese adesiva anterior direta confeccionada com dente extraído associado a fibra de reforço. J Bras Clin Odontol Int. 2003; 7(40): 275-80.
2. Stumpel, L.J. 3rd. The natural tooth pontic; simplified. J Calif Dent Assoc. 2004; 32(3): 257-60.
3. Zavanelli AC, Dekon SFC, Zavanelli R A, Mazaro JVQ, Fernandes AUR. Uso de reforço em próteses provisórias. Rev Odontol Araçatuba. 2003; 24(2): 68-72.
4. Felippe LA, Baratieri LN, Monteiro Junior S, Andrada MAC, Vieira LC. Fibras de reforço para uso odontológico – fundamentos básicos e aplicações clínicas. Rev Assoc Paul Cir Dent. 2001;55(4):245-50.
5. Melo Jr EJM, Raposo MJ, Gonçalves JA, Vieira D. Uso de fibras de reforço como alternativa na confecção de prótese adesiva provisória. Rev Paul Odontol. 1999;21(6):4-8
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