Obturação e adesão de pinos: existe um tempo mínimo?

Obturação e adesão de pinos: por quê ambos são indicados para serem realizados na mesma sessão. Confira aqui!

Angelus

6 min. de leitura

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12 de agosto de 2022

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A tecnologia tem permitido a inovação no tratamento endodôntico e protético de forma que trouxe maior praticidade, eficácia e bons resultados estéticos para os pacientes. Um exemplo é a obturação e adesão de pinos intrarradiculares.

Nos procedimentos endodônticos, as substâncias irrigadoras e materiais obturadores fazem contato com a dentina radicular e podem alterar a sua estrutura — inclusive a capacidade adesiva dos cimentos e dos pinos intrarradiculares.

Para entender mais a respeito, apresentaremos a entrevista de Erika Clavijo, cirurgiã-dentista especialista, mestre e doutora em endodontia. Continue a leitura!

 

Poderia explicar sobre a importância da blindagem coronária imediata com pino na mesma sessão em que se finaliza a obturação?

A blindagem coronária imediata, ou selamento coronário imediato, possui um grande impacto na previsibilidade de dentes com tratamento endodôntico. Logo, existe uma correlação de dentes desvitalizados e restaurações adequadas com melhores resultados a longo prazo. Por isso, as chances de cura da periodontite apical aumentam com o adequado tratamento endodôntico associado ao tratamento restaurador

Além disso, observa-se que a falha mais comum correlacionada à extração de dentes tratados endodonticamente são as falhas protéticas. Dessa maneira, o tratamento endodôntico só pode ser considerado finalizado quando a restauração da cavidade de acesso for executada.

Para se obter previsibilidade e sucesso, é importante que essa restauração seja realizada, se possível, na mesma sessão do tratamento endodôntico. Isso reforça o princípio biológico de impedir a entrada de bactérias através do selamento, além de fornecer qualidade ao dentista restaurador, otimização do tempo de trabalho e preservação da estrutura dentária.

 

Tendo em vista a importância da inserção do pino na mesma sessão que se realiza a obturação do canal, como os cimentos obturadores podem influenciar na adesão dos pinos?

O uso de cimentos à base de eugenol durante o tratamento endodôntico tem negativos efeitos bem conhecidos na adesão à dentina e na polimerização de materiais adesivos. No entanto, o efeito do eugenol também depende do tempo, e pode continuar a penetrar nos túbulos dentinários ao longo do período.

 

Dos cimentos obturadores do mercado, por favor, cite alguns que o dentista poderia utilizar sem ter que se preocupar com esse fator de presa do cimento resinoso?

Um fator essencial é que as paredes do conduto radicular estejam com uma dentina limpa e recém cortada. A dentina recém cortada esta correlacionada a maiores valores de adesão. A rugosidade dela tem o potencial de melhorar a resistência de união.

Dentre os cimentos obturadores disponíveis, diversos podem ser utilizados previamente à cimentação de pinos de fibra de vidro. Desde que seja realizada uma adequada qualificação dentinária. Entre eles estão os de natureza composita, como o MTA-Fillapex, e os  biocerâmicos, como o BIO-C® SEALER.

 

Dos cimentos obturadores que não possuem uma composição compatível com a cimentação do pino na mesma sessão, essa poderá ser realizada após quanto tempo? Quais são os prejuízos para o sucesso clínico nesse tipo de procedimento?

Mais importante seria realizar uma qualificação dentinária adequada. Sempre que possível, realizar o selamento coronário na mesma sessão. Se não for possível, fazê-lo em 48 horas ou no máximo 15 dias após a obturação.

Na verdade, os prejuízos seriam o fator tempo, o risco de contaminação do sistema de canais radiculares e o comprometimento do tratamento a longo prazo. Por consequência, trariam a necessidade de mais uma consulta operatória.

 

Em relação à obturação e adesão de pinos, além da seleção do cimento obturador para que possa realizar a blindagem imediata, quais outras dicas poderiam passar?

O clínico antes deve compreender se existe realmente a necessidade da utilização de pino de fibra de vidro, de acordo com a futura restauração do dente. Também, avaliar sempre a qualidade do tratamento endodôntico com antecedência à cimentação de um pino de fibra de vidro.

A partir disso, ele deve proporcionar um isolamento absoluto adequado que facilite o acesso, e a visualização do remanescente e promova um adequado controle de umidade. Ainda, se possível, trabalhar com algum tipo de magnificação para realizar os procedimentos de desobturação, tratamento da superfície dentinária e cimentação de pinos.

Ademais, escolher uma técnica que promova uma fina linha de cimentação. Logo, optar sempre por cimentos resinosos de dupla polimerização ou predominantemente químicos

Poderia nos dar um depoimento sobre o BIO-C® Sealer?

O BIO-C® SEALER, devido à sua composição biocerâmica, além de ser biocompatível é bioativo — o que pode proporcionar uma regeneração tecidual mais rápida. Inclusive, possui um excelente escoamento, bem como possibilita uma ótima radiopacidade.

A reconstrução de dentes tratados endodonticamente é um desafio clínico da reabilitação oral . Os pinos de fibra de vidro proporcionam estética, propriedades estruturais similares aos tecidos dentais e são uma alternativa aos tradicionais núcleos metálicos fundidos. Eles têm ganhado destaque pela segurança no uso, inclusive com a cimentação adesiva.

É extremamente importante analisar a quantidade do tecido dental remanescente e sua futura restauração protética. Se perda for superior a 60% e o tratamento for uma coroa total, pode-se ter a necessidade de utilizar um pino de fibra de vidro. A seleção correta do pino intrarradicular é primordial para o sucesso do procedimento. Logo, é preciso considerar a posição do dente no arco, remanescente dentário, diâmetro do canal e outros — assim como comprimento, diâmetro, formato, configuração e materiais para que seja implantado o pino.

No entanto, os fatores ainda vão além da obturação e adesão de pinos, como qual será o material restaurador, tempo de duração dele, expectativa do paciente e do cirurgião-dentista sobre a estética. Sobretudo, o tipo de oclusão do paciente. Desse modo, não se esqueça de nenhum desses itens.

Clique abaixo para testar seu conhecimento sobre pinos!

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