Apicigênese e apicificação: o que são e como funcionam!

Você sabe o que é apicigênese e apicificação? Este conteúdo responde à questão e mostra, também, como cada procedimento é realizado.

Angelus

6 min. de leitura

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31 de março de 2023

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Você sabe o que são apicigênese e apicificação? Para ajudar você a entender melhor sobre o assunto, convidamos Cássia Cilene Dezan Garbelini (CRO-PR: 7.785), professora associada de Odontopediatria na Universidade Estadual de Londrina (UEL) e diretora da Clínica de Especialidades Infantis, órgão da UEL para o atendimento odontológico infantil.

Continue a leitura e saiba mais sobre apicigênese e apicificação!

 

O que são apicigênese e apicificação?

A profa. Cássia Garbelini explica que a apicigênese é a própria formação radicular e acontece quando o dente está vitalizado. “Hoje em dia, também existem alguns materiais que estimulam a revascularização e possibilitam a formação radicular”, acrescenta.

Em relação à apicificação, a especialista indica que esse é um método para induzir o fechamento do ápice dentário: “Você introduz um material biocompatível no ápice do canal para formar um tecido mineralizado, criando uma barreira para induzir o fechamento do forame apical. Dessa forma, você evita que extravase material na obturação endodôntica”.

 

Por que pode ocorrer a interrupção da rizogênese?

Na infância, a interrupção da rizogênese frequentemente ocorre na região anterior, principalmente nos incisivos superiores permanentes jovens, e nos primeiros molares permanentes.

“Nos incisivos, essa interrupção acontece mais associada aos traumatismos dentários que levam à necrose pulpar do dente anterior. Mas como identificar essa necrose? A necrose pode ser identificada por dor, surgimento de fístula ou o próprio escurecimento do dente“, diz.

A especialista explica, ainda, que o escurecimento do dente não é um diagnóstico definitivo, mas pode se associar à necrose pulpar do dente em questão, devendo a interrupção da rizogênese ser visualizada pelo cirurgião-dentista com radiografias da área.

“Nos primeiros molares, a interrupção da rizogênese está associada, em geral, à cárie e/ou à hipoplasia de molares e incisivos. Ela atinge o tecido pulpar e ocasiona a necrose”, afirma.

A especialista lembra que essa situação não é rara hoje em dia. “Têm acontecido vários casos de crianças com necrose pulpar de dentes posteriores em que há associação da cárie com a hipoplasia de molares incisivos”.

 

Que fatores influenciam a escolha do método da apicificação?

A professora afirma que a escolha pela apicificação ocorre sempre que a intenção do profissional é preservar o dente na boca do paciente, a depender da sua importância funcional e estética.

“Acho que é indiscutível, por exemplo, a importância do incisivo central superior ou do incisivo lateral superior permanente em uma criança. Perder um dente na região anterior superior é algo bastante difícil, pois é um dente muito precioso”, comenta.

Ela explica que, muitas vezes, os jovens sofrem traumatismo dentário e, além da perda do incisivo, têm uma perda óssea na arcada, fator complicador para a realização de um implante bem-sucedido na vida adulta.

 

Quando realizar apicigênese ou apicificação?

Sempre que o profissional puder promover a apicigênese, em situações em que o cirurgião-dentista consegue preservar a polpa no terço apical, é preferível ter uma formação biológica do tecido apical, afirma a profa. Cássia Garbelini.

“Agora, se você tiver um caso em que a necrose pulpar já aconteceu em toda a extensão da polpa, a sua escolha vai ser a apicificação”, acrescenta a especialista.

Tanto o processo de apicigênese quanto o método de apicificação são ideais para evitar a perda do elemento dentário, mantendo as funções e a estética dentária.

 

Quais são os principais cuidados em cada tratamento?

“A primeira coisa que precisa haver é um bom diagnóstico, feito por meio do exame clínico e do exame radiográfico. No exame clínico, são verificados os sinais clínicos, que podem estar relacionados ou não com a necrose (teste de vitalidade pulpar, se há fístula ou escurecimento do dente, por exemplo). Você tem que analisar clinicamente se é possível manter o dente na boca e realizar o diagnóstico de imagem, verificando a situação da raiz”, informa a professora.

Após o diagnóstico para saber se há ou não vitalidade pulpar, o profissional deve escolher a técnica — apicigênese ou apicificação. Escolhendo o método, o cirurgião inicia os procedimentos padrões, desde a anestesia até o acesso, passando pelo isolamento e a limpeza dos condutos.

“A odontologia hoje é uma ciência muito minuciosa, então, o dentista deve ter cuidado em todas as etapas dos procedimentos, não podendo negligenciar nenhuma etapa quando o assunto é manter um dente na boca”, destaca.

 

Como biocerâmicos contribuem para um bom prognóstico?

Para a profa. Cássia, os biocerâmicos, a exemplo do MTA ANGELUS, do MTA Repair HP, MTA-Fillapex, BIO-C® Sealer, BIO-C® Repair e BIO-C® Temp, surgem como opção para o tratamento endodôntico.

“Os biocerâmicos têm uma biocompatibilidade muito boa, não promovem nenhum tipo de inflamação tecidual significativa, têm uma boa capacidade de selamento (se fala até mesmo em selamento hermético), induzem o processo de reparo em diversas situações, até mesmo em perfurações radiculares“, explica.

Igualmente, a especialista lembra que os biocerâmicos induzem a deposição do tecido dentinário, formando uma barreira que possibilita concluir a obturação com sucesso.

“O MTA também não tem potencial carcinogênico, não afeta a resposta imune mediada por macrófago e tem ação antimicrobiana, vantagens em relação ao hidróxido de cálcio que justificam a escolha desse produto para realizar técnicas de apicificação na atualidade”, indica.

 

Nesta entrevista com a profa. Cássia Garbelini você pôde aprender o que são e como realizar apicigênese e apicificação, porque ocorre interrupção da rizogênese, que fatores influenciam a escolha pelo método da apicificação, quais são os principais cuidados em cada tratamento e como os biocerâmicos contribuem para a realização das técnicas.

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