Que fatores são determinantes na escolha de pinos?
Os pinos intrarradiculares são estruturas que auxiliam no suporte das restaurações dentárias e se classificam em diferentes tipos, a depender do material utilizado. Desse modo, o sucesso do procedimento funcional depende da escolha do pino, que deve considerar o formato do conduto, o diâmetro, de acordo com o preparo realizado previamente com brocas, a resistência […]
7 min. de leitura
-19 de maio de 2023
Os pinos intrarradiculares são estruturas que auxiliam no suporte das restaurações dentárias e se classificam em diferentes tipos, a depender do material utilizado. Desse modo, o sucesso do procedimento funcional depende da escolha do pino, que deve considerar o formato do conduto, o diâmetro, de acordo com o preparo realizado previamente com brocas, a resistência à fratura, entre outros aspectos.
Para ajudar a explicar melhor essa questão, convidamos o coordenador dos cursos de Especialização e Aperfeiçoamento em Dentística do IOA Campina Grande (PB), Ricardo Paredes (CRO-PE: 8.905). O especialista informa quando o dentista deve utilizar os pinos intrarradiculares, o que considerar na escolha dos dispositivos e quais são as melhores opções de pinos.
Boa leitura!
Que pinos são utilizados na odontologia?
Os pinos odontológicos podem ser metálicos ou de fibra de vidro (PFV). Ambos são utilizados pelos cirurgiões-dentistas, mas ultimamente, os pinos de metal estão em desuso. Isso porque inúmeras pesquisas da área comprovam que os PFVs são mais funcionais e apresentam uma qualidade estética superior na arcada dentária.
Além disso, os pinos odontológicos produzidos em fibra de vidro são indicados para suporte de próteses em porcelana pura, restaurações em dentes anteriores e tratamentos com facetas laminadas. Isso torna os pinos de fibra de vidro mais versáteis, quando comparados à versão metálica, recomendada, em geral, para o uso provisório.
Como o cirurgião-dentista coloca os pinos na arcada dentária?
A depender do quadro clínico, os pinos são colocados na parte interna dos canais dentários que percorrem a raiz dental. O procedimento consiste em desobturar uma parte do conduto radicular e prepará-lo para receber o pino, sendo indolor para o paciente. Posteriormente o pino intrarradicular é cimentado com um cimento adesivo no interior do conduto.
Por isso, a técnica deve ser reproduzida em pessoas que precisam do tratamento endodôntico prévio para reabilitar a função e a estética bucal. O procedimento é simples, e o tempo médio de consulta para esse tipo de tratamento é de 90 minutos, dependendo da gravidade do caso e do número de dispositivos implantados.
Quais são as características dos pinos intrarradiculares?
Eles são dispositivos odontológicos que preservam a maior espessura possível da parede radicular que reveste o conduto, o selamento apical endodôntico e o tecido coronário remanescente. Dessa forma, os pinos intrarradiculares devem ter o comprimento da coroa, isto é, de 7 a 8 mm, conseguindo evitar disfunções bucais e melhorar a qualidade de vida do paciente.;
São dispositivos que podem ter formatos variados, como cônicos (Exacto – Angelus), paralelos (Reforpost Fibra de Vidro – Angelus), ou até mesmo uma combinação dos dois formatos (Splendor), para que o cirurgião-dentista possa eleger o formato que melhor se adapte dependendo do dente.
- São radiolúcidos, o que permite a visualização radiográfica;
- Possuem módulo de elasticidade mais próximo ao da dentina, comparado à outros materiais utilizados na odontologia;
- São resistentes à fratura, por isso é muito difícil de ocorrer, e quando ocorre, é do tipo não catastrófica (ou seja, ainda há chances de manter o elemento dentário);
- São brancos (opacos ou translúcidos), para proporcionar uma estética e ficar próximo à cor das estruturas dos dentes naturais.
Qual é a função dos pinos intrarradiculares?
A função do pino intrarradicular é conferir suporte à futura restauração, seja ela direta ou indireta.
São utilizados esses dispositivos quando o paciente sofre uma ampla destruição da região coronária, principalmente, pela ocorrência de extensas lesões de cárie, amplas restaurações, fraturas e consequentemente surge a necessidade do tratamento endodôntico associado ao uso de elementos protéticos.
Quando o dentista deve utilizar pinos intrarradiculares?
O cirurgião-dentista deve utilizar pinos intrarradiculares quando o remanescente dentário apresenta um grau de destruição de 50% ou mais, a depender de sua avaliação clínica.
“O clínico percebe que há a necessidade de uma ancoragem radicular para a sua restauração, total ou parcial. Os dentes anteriores têm uma maior necessidade devido a uma menor área de adesão e, sobretudo, ao vetor de força predominante”, explica Ricardo Paredes.
O que o dentista deve considerar na escolha dos pinos intrarradiculares?
“Os materiais odontológicos estão em constante evolução, tanto na sua composição quanto nas técnicas. Não é diferente com os retentores intrarradiculares”, afirma Paredes.
“Por isso, se desejarmos um pino com características mecânicas próximas às das estruturas dentais, o ideal é que seja em fibra de vidro. Hoje, é o material mais próximo que dispusemos no mercado”, continua o especialista.
Deve-se também levar em consideração o formato do pino que melhor se adapta a cada caso, já que cada elemento dentário possui uma anatomia interna diferente. Assim como também a possibilidade de reembasamento se necessário, já que estamos falando sobre pinos pré-fabricados.
Qual é a contraindicação para o uso de pinos intrarradiculares?
Paredes informa que elementos dentários com grandes estruturas, nos quais podemos dispor de uma boa área de adesão, dentes com distúrbios oclusais ou, ainda, em parafunção, são uma contraindicação para a escolha de pinos intrarradiculares.
Quais são as melhores opções de pinos intrarradiculares?
Para seleção de um retentor, o clínico deve optar por produtos já consagrados no mercado e associá-los a segurança, praticidade e tecnologia. “Tenho utilizado na minha rotina o Splendor, pois na grande parte dos casos, eliminamos a etapa de reembasamento ou customização dos pinos”, indica o especialista.
Paredes explica que o fato do dispositivo odontológico acompanhar um acessório (luva) diminui o tempo de trabalho e aumenta o volume de fibra no conjunto, o que otimiza o processo de cimentação. “Essa questão é de extrema importância, pois melhora as propriedades mecânicas do material”, classifica.
Quais são os diferentes modelos de pinos intrarradiculares?
Existem diferentes modelos de pinos intrarradiculares no mercado. Veja quais são as características de cada um deles:
- Reforpost Fibra de Vidro: pino paralelo com ápice cônico indicado para condutos de formato mais paralelo;
- Reforpin: pino acessório indicado para condutos mais amplos e com formato elíptico para preencher possíveis espaços vazios em conjunto com um pino principal;
- Exacto: pino cônico indicado para condutos de formato mais cônico;
- Splendor® Universal: 1 pino paralelo + 1 luva cônica indicados para todos os formatos de conduto e diâmetros, amplos, médios e estreitos.
Quais são os fatores de sucesso para selecionar pinos intrarradiculares?
Paredes lista os fatores de sucesso para o cirurgião-dentista selecionar pinos intrarradiculares, como:
- escolher um pino que tenha o formato compatível com o do conduto;
- determinar o diâmetro de acordo com o preparo realizado previamente com brocas;
- dar preferência a um pino que tenha maior porcentagem de fibra de vidro, isto é, maior resistência à fratura;
- realizar um preparo adequado do conduto e do pino, seguindo as instruções de uso do cimento a ser utilizado;
- dar preferência a um cimento resinoso, pois esse material apresenta melhores propriedades mecânicas.
Neste conteúdo, você aprendeu o que considerar na escolha de pinos intrarradiculares, que ajudam a restaurar as funções e aestética dental, e são indicados para casos com ampla destruição da coroa dentária. Por isso, considere os diversos fatores e escolha a melhor opção para a realização do procedimento odontológico, seja o Reforpost Fibra de Vidro com ou sem Reforpin, o Exacto ou o Splendor.
Para saber mais sobre os tipos de pinos intrarradiculares, acesse:
Índice
Trilha do Splendor
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Trilha do Interlig
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