Como fazer a remoção de pinos intrarradiculares?

Saiba quais são as técnicas para remoção de pinos intrarradiculares, o que avaliar ao escolher esses métodos e como...

Angelus

6 min. de leitura

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3 de março de 2023

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É verdade que, no tratamento endodôntico, os pinos intrarradiculares são colocados em dentes com perda de estrutura para melhorar a retenção do material restaurador, conservando as funções e a estética do sorriso. Mas você sabe quando é necessário realizar a remoção desse dispositivo confeccionado com fibra de vidro?

Para explicar o assunto com mais detalhes, convidamos Daniel Pardini (CRO-MG: 43584), professor de graduação e pós-graduação na área de Endodontia, mestre em Radiologia e Imaginologia e endodontista exclusivo em consultório próprio. A seguir, o especialista mostra quais são as técnicas para remoção de pinos intrarradiculares, o que avaliar ao escolher esses métodos e como ocorre o processo clinicamente.

Boa leitura!

 

Afinal, o que são pinos intrarradiculares em fibra de vidro?

Os pinos intrarradiculares fabricados com fibra de vidro são dispositivos com propriedades mecânicas similares às estruturas dentais. Assim, esse tipo de produto odontológico é utilizado para suportar próteses ou restaurações sem causar um grande impacto na estrutura dentária.

 

Por que os pinos em fibra de vidro são utilizados na endodontia?

Dentre os materiais disponíveis no mercado, os pinos intrarradiculares em fibra de vidro apresentam um módulo de elasticidade mais próximo ao componente da dentina. Isso explica por que o dispositivo oferece ótima resistência mecânica, registrando grande longevidade quando utilizado em tratamentos endodônticos.

 

Quais são os casos em que é necessária a remoção de pinos intrarradiculares?

Os pinos intrarradiculares promovem a retenção ao material utilizado para substituir a porção coronária perdida, estimulando as forças mastigatórias que incidem na dentição. Mas, em alguns casos, esse dispositivo endodôntico deve ser removido da cavidade.

Na verdade, a remoção de pinos intrarradiculares em fibra de vidro é um procedimento seguro, indicado para pacientes que precisam de um retratamento endodôntico, que possuem indicação para cirurgia parendodôntica (técnica para resolução de doenças periapicais) ou que devem realizar a extração dental.

 

Quais são as técnicas para remoção de pino intrarradicular em fibra de vidro?

“A técnica mais indicada é a utilização de microscopia associada aos insertos ultrassônicos”, explica o endodontista Daniel Pardini.

O profissional acrescenta que, em relação à remoção dos pinos de fibra de vidro, a dificuldade se encontra na distinção entre o pino e as paredes dentinárias (pela coloração muito similar entre eles), o que implica ao risco de perfuração, caso não se tenha uma magnificação do caso por imagem.

Fora a utilização de microscopia associada aos insertos ultrassônicos, o cirurgião-dentista destaca que novas técnicas vêm sendo utilizadas para a remoção segura de pinos intrarradiculares, a exemplo da remoção guiada por prototipagem.

 

O que avaliar ao escolher a técnica de remoção do pino intrarradicular em fibra de vidro?

Para Daniel Pardini, o primeiro passo para escolher a melhor técnica de remoção de pino intrarradicular é fazer uma avaliação criteriosa do problema, determinando em qual conduto se encontra o retentor de fibra de vidro e verificando o comprimento desse dispositivo.

Igualmente, o profissional afirma que, durante essa avaliação criteriosa, é importante examinar o diâmetro aparente do pino e do conduto radicular, para constatar o grau de dificuldade do procedimento a ser realizado na clínica.

 

Que dicas ajudam os profissionais a realizar a remoção de pinos intrarradiculares?

O especialista sugere que, antes de remover os pinos intrarradiculares, é preciso realizar uma radiografia inicial de qualidade, na qual o cirurgião-dentista deve observar o comprimento do pino e do diâmetro aparente.

Além do uso de radiografias no processo transoperatório, que contribui para aumentar a segurança e a previsibilidade da remoção dos retentores, o especialista oferece estas dicas que facilitam a remoção dos pinos intrarradiculares:

  • Usar ferramentas como o microscópio operatório associado ao ultrassom;
  • Deixar o ultrassom em baixa potência, prevenindo o desgaste das paredes dentinárias e evitando a fratura dos insertos ultrassônicos.

 

Por que o dentista deve utilizar o ultrassom na remoção de pinos intrarradiculares?

O professor Daniel Pardini assegura que a utilização do ultrassom na técnica de remoção de pinos intrarradiculares oferece previsibilidade para o profissional, uma vez que o desgaste do retentorse torna mais preciso, permitindo a visualização magnificada por meio do microscópio operatório.

 

Como é a remoção do pino com inserto ultrassônico e com o uso de brocas diamantadas?

“De fato, a técnica de remoção dos retentores intrarradiculares com a utilização somente de brocas pode acarretar uma série de riscos de complicações ao dente, incluindo a perfuração radicular. Portanto, sugiro a utilização de uma técnica híbrida, com o uso de brocas diamantadas e insertos ultrassônicos”, diz Daniel Pardini.

O especialista explica que, inicialmente, deve-se desgastar o dente com a broca diamantada esférica de Haste Longa (as sugestões são as 1011 e 1012 H.L. PRIMA Angelus), sendo realizado o desgaste da porção coronária do pino até a região de embocadura do canal radicular onde o dispositivo se encontra cimentado. Nessa hora, é preciso remover toda a porção coronária do núcleo de preenchimento.

Após essa etapa, Pardini explica que é preciso iniciar o desgaste da porção radicular do retentor com o auxílio de um inserto ultrassônico (sugestão E18D ou E3D da Helse Ultrassonic), escolhendo o material de acordo com o diâmetro do pino e do conduto radicular.

“Nessa etapa, é importante que o ultrassom seja utilizado sem irrigação, para permitir o trabalho com utilização do microscópio operatório”, afirma o profissional.

O profissional ressalta que, ao desgastar o pino de fibra, uma “limalha” acinzentada é formada, evidenciando o desgaste correto do retentor, e não das paredes dentinárias.

“Avançando rumo ao terço médio, o diâmetro desses insertos citados anteriormente não será compatível com o conduto. Neste momento, lança-se mão de um inserto E5 ou E8 (Helse Ultrassonic) com a finalidade de promover o desgaste final do pino no terço médio e médio/apical”, continua.

Daniel destaca que o inserto deve ser utilizado por um breve intervalo de tempo, irrigando o conduto e realizando a secagem para evidenciar a diferença de cor, brilho e opacidade entre o pino, o cimento e a parede dentinária.

“Radiografias devem ser realizadas durante todo o processo, como uma forma de mensurar o comprimento remanescente do pino intracanal e aumentar a previsibilidade do tratamento. Após a certificação da remoção completa do retentor, esses últimos insertos podem ser utilizados nas paredes dentinárias com a finalidade de remover o cimento”, finaliza Pardini.

Neste artigo, você pôde aprender as melhores técnicas e dicas de remoção de pinos intrarradiculares em fibra de vidro. Se desejar saber mais, clique abaixo:

 

101 comentários

  • Nilcimar

    06/06/2023

    Boa noite gostaria de está removendo 3 pinos pós fui no dentista ele me enformou que tinha que procurar um especialista pós corre risco de quebrar a raiz

    • Angelus

      12/06/2023

      Olá, Nilcimar, agradecemos o comentário. Nós somos uma indústria de produtos odontológicos e infelizmente não conseguiremos te ajudar, por isso, recomendamos que procure um profissional para te auxiliar. 😀

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